O direito dos atletas<br>a uma sexualidade normal
O debate sobre a relação ideal que deverá reger a sexualidade e o desporto arrasta-se desde os Jogos Olímpicos da Antiguidade, sem que se tenha chegado a uma conclusão que agrade a todos os intervenientes do fenómeno desportivo. Até a um passado recente, mais precisamente até aos anos 70, a maioria dos especialistas e atletas confluía na noção de que a actividade sexual prejudicava o esforço físico e conduzia a uma perda importante do influxo nervoso.
Nos Jogos Olímpicos da antiguidade, os Gregos chegavam a infibular os atletas com fio de ouro, para os impedir de exercerem a sua sexualidade.(1) Também ainda não há muito os pugilistas respeitavam longos períodos de jejum sexual, que por vezes chegavam a meses, antes de um combate importante. No entanto, cientistas franceses que se ocupam do assunto defendem que a «abstinência sexual antes de uma competição não é particularmente aconselhada, sabendo-se até que houve atletas que conseguiram excelentes marcas depois de um coito».(2)
A verdade, porém, é que continuam a subsistir entre os atletas imensos tabus em relação à sexualidade. Muitos praticantes, profissionais ou não, fazem ainda longos jejuns sexuais antes das provas mais importantes, sendo comum entre os atletas masculinos a ideia de que a «masturbação causa um certo esgotamento físico e nervoso».(3)
Talvez por um certo espírito de competitividade longe da saudável competitividade desportiva, os homens parecem mais propensos do que as mulheres a darem mais importância à actividade desportiva do que à sexualidade. Chame-se também a atenção para o facto, apontado pela mesma equipa de cientistas franceses, de a absorção de certos produtos dopantes, como os asteróides anabolizantes, diminuírem consideravelmente o «apetite sexual», podendo até vir a ser causa de impotência.
«De uma maneira geral – lê-se na mesma publicação -, uma boa forma física adquirida pela prática desportiva favorece a actividade sexual; contudo, para muitos o desporto constitui uma motivação importante, que se exerce frequentemente em prejuízo da sexualidade. Assim, paradoxalmente, o atleta possui uma capacidade sexual superior à dos não-atletas, mas tem uma actividade sexual mais limitada. Seja como for, todos reconhecem ao atleta o direito a uma vida sexual normal».
Ao ler-se a obra a que nos temos vindo a referir, fica-se a saber um facto bem curioso: o acto sexual exige um dispêndio de energia comparado ao de uma prova de 800 metros. E há ainda quem faça maratonas. Bem hajam!
(1) L’Encyclopédie mondiale du sport, Éditions de Vaillant, 1980, Paris;
(2) Ibidem
(3) Ibidem
Nos Jogos Olímpicos da antiguidade, os Gregos chegavam a infibular os atletas com fio de ouro, para os impedir de exercerem a sua sexualidade.(1) Também ainda não há muito os pugilistas respeitavam longos períodos de jejum sexual, que por vezes chegavam a meses, antes de um combate importante. No entanto, cientistas franceses que se ocupam do assunto defendem que a «abstinência sexual antes de uma competição não é particularmente aconselhada, sabendo-se até que houve atletas que conseguiram excelentes marcas depois de um coito».(2)
A verdade, porém, é que continuam a subsistir entre os atletas imensos tabus em relação à sexualidade. Muitos praticantes, profissionais ou não, fazem ainda longos jejuns sexuais antes das provas mais importantes, sendo comum entre os atletas masculinos a ideia de que a «masturbação causa um certo esgotamento físico e nervoso».(3)
Talvez por um certo espírito de competitividade longe da saudável competitividade desportiva, os homens parecem mais propensos do que as mulheres a darem mais importância à actividade desportiva do que à sexualidade. Chame-se também a atenção para o facto, apontado pela mesma equipa de cientistas franceses, de a absorção de certos produtos dopantes, como os asteróides anabolizantes, diminuírem consideravelmente o «apetite sexual», podendo até vir a ser causa de impotência.
«De uma maneira geral – lê-se na mesma publicação -, uma boa forma física adquirida pela prática desportiva favorece a actividade sexual; contudo, para muitos o desporto constitui uma motivação importante, que se exerce frequentemente em prejuízo da sexualidade. Assim, paradoxalmente, o atleta possui uma capacidade sexual superior à dos não-atletas, mas tem uma actividade sexual mais limitada. Seja como for, todos reconhecem ao atleta o direito a uma vida sexual normal».
Ao ler-se a obra a que nos temos vindo a referir, fica-se a saber um facto bem curioso: o acto sexual exige um dispêndio de energia comparado ao de uma prova de 800 metros. E há ainda quem faça maratonas. Bem hajam!
(1) L’Encyclopédie mondiale du sport, Éditions de Vaillant, 1980, Paris;
(2) Ibidem
(3) Ibidem